Estamos diante de
novo conflito na
Casa causado pela
forma impositiva,
confusa, e até mesmo
belicosa,
com que a atual
administração
do Banco
tende a considerar
seu papel diante dos
empregados do BNDES.
Infelizmente, a
metáfora do
‘abraço
no inimigo para
colocar uma granada
no seu bolso’,
usada pelo ministro
Paulo Guedes com
referência aos
servidores públicos,
parece revelar um
sentimento profundo
que também marca as
atitudes da atual
administração diante
dos empregados do
BNDES.
Para contribuir com
o entendimento na
Casa,
sugerimos que a
atual administração
pode estar criando
mais um cavalo de
batalha,
em vez
de procurar gerar
entendimento em
favor da atuação e
aperfeiçoamento do
BNDES. Tudo isso por
não considerar
algumas questões.
As seguintes,
no nosso entender:
Em primeiro lugar,
os empregados do
BNDES são favoráveis
à
adoção de métodos de
gestão que favoreçam
o aumento de
produtividade. Como
numa
organização que
pretende ser marcada
por excelência, que
está convencida
dessa necessidade,
não prosperaria
entre os empregados
uma reação a uma
proposta que fosse
movida apenas por
comodismo ou
conservadorismo.
Em segundo lugar, há
antiga e ampla
insatisfação com os
métodos atuais de
alocação de
promoções. Qualquer
método que proponha
uma forma mais
impessoal,
transparente e
meritocrática de
distribuição de
promoções também
teria a seu favor a
simpatia de boa
parte da
Casa.
Em terceiro lugar,
apesar de
toda
divergência que
temos com as
principais metas da
atual gestão (ver
editorial
“As cinco metas de
Montezano”,
de julho de 2019),
isso não significa
que não podemos
esperar
contribuições
positivas.
Dentro das possíveis
contribuições
positivas poderia
ser incluída
a de introdução de
métodos mais
modernos de gestão
de recursos humanos,
mais em sintonia,
por exemplo, com o
que é praticado no
setor
privado. Essa
presunção
naturalmente
derivada da notória
preponderância de
administradores
egressos do
setor
privado na
Diretoria
e
no Conselho
de
Administração
do BNDES.
Mas o que faz a
administração que
passou quase
seis
meses para fechar um
Acordo
Coletivo
de
Trabalho?
Que
perseguiu
direitos
básicos das
históricas e
representativas Associações
de
Funcionários,
acabando por
arrancar
tais entidades do
ACT?
Que
colocou
como
prioridade no mesmo
Acordo acabar
com o instituto que
impedia a demissão
arbitrária, fazendo
questão de
estabelecer a
possibilidade da
demissão por
insuficiência de
desempenho,
sem nenhuma
discussão prévia com
os empregados?
Tudo
isso em meio a
demonstrações
continuadas de
dedicação do corpo
funcional ao
trabalho diante da
maior crise
sanitária da
história do país?
O que faz essa
administração depois
de ser informada, há
uma semana, que
conta
com a
confiança plena de
apenas 5%
do
corpo funcional
(isso implica que
mesmo na alta
administração o
sentimento de falta
de confiança
existe)? Propõe um
novo método de
avaliação para
alocação de
promoções sem
discutir com as
representações dos
empregados e no
anúncio do novo
método comunica que
ele já está valendo,
e que não é apenas
um método para
alocar promoções,
mas
também
para determinar a
distribuição da PLR!
Não dá para excluir
com base nisso
–
quer dizer:
não dá para
silenciar com
argumentos
–
os que defendem que
a intenção da
administração é
causar apenas
‘balbúrdia’
(para lembrar uma
engraçada expressão
recuperada por uma
lamentável figura
que assombrou a
República não
faz
muito
tempo).
Em resumo:
mudanças de gestão
são bem-vindas,
mas é preciso que
elas sejam
devidamente
comunicadas,
explicadas,
debatidas
e testadas. É isso
o
que pede o corpo
funcional.
Nosso apelo à
administração:
escutem o corpo
funcional, vejam o
resultado da
pesquisa de clima,
vocês podem estar
ajudando a queimar
uma possível boa
ideia pela forma com
que conduzem
o
processo de gestão
no BNDES.
Se a ideia for boa,
se ela criar
incentivos para um
melhor desempenho
dos empregados do
Banco, nós a
abraçaremos. Um novo
método para alocar
promoções, em
particular, é bem-vindo.
Nossa proposta é a
seguinte: façamos
com serenidade uma
discussão sobre o
novo método.
Absorvam as
contribuições dos
empregados. Façam um
teste de um ano. Há
incertezas.
Questões que são
difíceis de prever.
Os empregados
ficarão mais
confiantes sobre
quais são
suas
implicações. Nem
todo mundo vai ficar
satisfeito, mas a
maioria saberá
reconhecer e
defenderá o novo
método se ele se
mostrar mais indutor
de transparência,
impessoalidade e
meritocracia.
Seria
um
legado importante
que essa
administração
poderia deixar. Algo
que poderia ser
usado para aparecer
no lado positivo de
uma balança que do
outro lado conta com
os pesos da
destruição da
BNDESPAR,
da descapitalização
do BNDES, da
anuência para a
interrupção dos
repasses
constitucionais
à nossa instituição
e da negação da
necessidade de
revisão da TLP.
Tivemos nesta
sexta-feira (12),
pela manhã,
uma reunião de alto
nível com o
superintendente da
APEC e com Tiago
Soeiro, um dos
técnicos que
trabalhou no sistema
de pontos. Estiveram
presentes membros
das diretorias da
AFBNDES, AFFINAME, e
do CD da AFBNDES.
Conversamos,
apresentamos nossas
dúvidas,
questionamentos e
insatisfações.
Aprendemos com os
responsáveis pelo
sistema. Fica uma
convicção de nossa
parte. Não fomos nós
que acabamos com o
clima de
cordialidade. Onde
ele estiver vivo,
vamos ajudar a
resgatá-lo. Mas que
fique claro:
cordialidade não é o
mesmo que
subserviência. Somos
defensores da
liberdade de
expressão e do
debate, do
contraponto.
Aguardamos e
torcemos para que o
bom senso prevaleça.
Enquanto isso,
organizaremos,
na volta do feriado
de Carnaval, uma
enquete junto aos
empregados sobre o
sistema de pontos e
uma
live
para aprofundar o
assunto. |