Representantes do grupo Pacto pela
Democracia entregaram ao presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz
Fux, na quarta-feira (11), um
manifesto em defesa das eleições.
O manifesto, destaca o site
Poder 360,
expressa o “compromisso com a defesa da
integridade do processo eleitoral”, e
“conclama” as instituições políticas e de
Estado à mobilização em defesa das eleições.
Também critica o presidente Jair Bolsonaro (PL)
e seus apoiadores pelos “sistemáticos e
infundados ataques” às instituições
eleitorais.
“Descredibilizar e enfraquecer o processo
eleitoral interessa apenas àqueles que não
têm compromisso com a expressão da vontade
popular, definida através do voto, base do
nosso sistema democrático”, diz um trecho do
documento. “As declarações que sugerem a não
realização do pleito eleitoral e a apuração
paralela de votos por quaisquer outras
entidades, que não aquelas ligadas à Justiça
Eleitoral, extrapolam toda a normativa em
vigor e são inadmissíveis em um Estado
Democrático de Direito.”
As entidades também afirmam que a sugestão
de que as Forças Armadas façam uma “apuração
paralela” do pleito “representa uma grave
ameaça à democracia”.
A iniciativa reúne aproximadamente 200
entidades e organizações, como Artigo 19,
Inac (Instituto Não Aceito Corrupção),
Transparência Internacional e IDDD
(Instituto de Defesa do Direito de Defesa).
Natália Sant’anna, coordenadora de advocacy
do Pacto pela Democracia, disse em
entrevista depois do encontro com Fux que o
manifesto tem como objetivo demonstrar as
preocupações da sociedade civil. Segundo
ela, há um discurso cada vez mais crescente
de um setor “radicalizado em um dos Poderes”
que visa “fragilizar a democracia no Brasil
através do questionamento do processo
eleitoral”.
Em evento no Palácio do Planalto, em 27 de
abril, Bolsonaro disse que as Forças Armadas
sugeriram oficialmente à Corte Eleitoral a
implantação do que chamou de “ramificação do
computador da sala-secreta” na contagem de
votos. Em 9 de maio, o TSE rejeitou
sugestões do Ministério da Defesa para as
eleições deste ano. A Corte também voltou a
negar a existência de uma suposta “sala
secreta” em que seriam feitas as
totalizações de votos.
ONU
–
Entidades nacionais e estrangeiras também
denunciaram o governo de Jair Bolsonaro à
Organização das Nações Unidas (ONU) por uso
de táticas de ataques ao sistema eleitoral e
à democracia. Um documento sobre os direitos
humanos no Brasil foi divulgado na
quarta-feira (11) pelo correspondente
internacional
Jamil Chade,
do UOL. O texto aponta para uma “difusão de
conteúdos desinformativos” que “têm se
direcionado ao ataque às instituições
democráticas, buscando comprometer a
confiança da população no pleito eleitoral”.
“O alerta
ocorre diante do aumento das ameaças de
golpe do presidente da República contra as
urnas eletrônicas, o sistema eleitoral e as
instituições democráticas. O que vem
ganhando respaldo ou 'vistas grossas' não só
dos militares de seu entorno como de setores
das Forças Armadas. Um inquérito da Polícia
Federal, divulgado na terça (10), indica
ações de ministros generais desde 2019 em
ofensiva contra as urnas eletrônicas.
Enquanto, em paralelo, Bolsonaro sinaliza
para seus apoiadores que uma fraude na
votação seria possível”, noticiou o site
Brasil de Fato.
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