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Parada do Orgulho LGBT+ exige “direitos por inteiro e não pela metade”

Evento no BNDES, em 29 de junho, celebrará o Orgulho LGBTQIA+, com o apoio da AFBNDES


Daniela Mercury brilhou na Parada do Orgulho LGBT+, em São Paulo | Foto: Agência O Globo

A 27ª Parada do Orgulho LGBT+ levou uma multidão à Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (11). Organizada pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, o evento teve como tema: “Queremos políticas sociais por inteiro e não pela metade”.

“A proteção social básica, direito de todas as pessoas, não abarca todas as famílias LGBT+ e as vítimas da LGBTfobia. A invisibilidade da população LGBT+, ou parte considerável desta, é fato concreto dentro das políticas públicas e assistência social do país. Muito falamos do SUS, o Sistema Único de Saúde, que é exemplo para o mundo, apesar de algumas falhas. Mas pouco, ou quase nada, é falado do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Presente em todo o Brasil, o SUAS deveria garantir a proteção social aos cidadãos, prestando apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades por meio de serviços, benefícios, programas e projetos. No entanto, mostra-se fragilizado quando se trata do público LGBT+”, denuncia a Associação da Parada do Orgulho GLBT+ em seu site.

Para a Associação, a maior parte dos planos, programas, projetos, serviços e benefícios do Sistema de Assistência Social são direcionados às famílias e indivíduos cisgêneros e heterossexuais. “Essas distorções ficam evidenciadas quando procuramos fazer parte desses programas, que possuem requisitos quase sempre inalcançáveis pelas genealogias LGBT+. Não existe um olhar específico para essa comunidade, que sobrevive em um país que viola suas vidas”, ressalta.

Segundo dados da Pesquisa do Orgulho, conduzida pelo Datafolha, em parceria com Havaianas e a organização internacional All Out, pelo menos 37% da população LGBT+ tem dificuldade de acesso à educação, enquanto quase 40% enfrentam diariamente o preconceito em serviços de saúde.

“Chegou a hora de a Parada ser um instrumento para evidenciar os diversos dilemas vividos pela população LGBT+ que se encontra em situação de rua, com a falta de moradia e empregos, pobreza e exclusão social. É necessário discutir temas evidenciados na política de assistência social que possam gerar respostas e soluções para os problemas que estamos enfrentando”, ressalta a Associação da Parada, apostando no governo Lula. 

No percurso da Avenida Paulista, a presidente da Associação, Cláudia Garcia, falou sobre a luta da comunidade LGBTQIA+: “Nós somos cidadãos de primeira, não de segunda, queremos educação e segurança.”

Direitos Humanos e Cidadania – O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, esteve presente na Parada e discursou em cima de um trio elétrico: “Soberba é algo negativo. Outra coisa é o orgulho. E é este que devemos ter. Orgulho de ser quem somos, das batalhas que vencemos, de todas as pessoas que estão aqui porque estão vivas, apesar de um mundo que as massacra”. “Depois de todos esses anos que vivemos, estamos fazendo uma grande virada. O que se demanda aqui não é favor, é dever do Estado brasileiro, e estou aqui como representante do governo. É dever do Estado zelar pela saúde e garantir educação e que todas as pessoas tenham acesso a emprego e renda de forma digna”, destacou.

A secretária Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, declarou que “o governo federal volta a se comprometer com a população LGBTQIA+ e assim queremos construir as políticas sociais necessárias para garantir o respeito e o acesso a serviços básicos a vocês. Precisamos mudar essa realidade de ódio e perseguição contra todas nós”. O ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, também esteve em São Paulo.

Na sua apresentação, Daniela Mercury afirmou que a Parada é para “celebrar quem somos, para vencer a invisibilidade e garantir os direitos sociais da nossa comunidade”. Já Pabllo Vittar disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que “a parada é um momento de gritar por respeito, por mais direitos, mais fontes de renda e empregabilidade. Não é só uma festa. É um grande movimento”.

Alguns trios prestaram homenagem à luta contra a AIDS e a pessoas históricas do movimento. Uma delas, Kaká di Polly, que morreu em janeiro deste ano. Drag queen icônica nas décadas de 1980 e 90, ficou famosa por ter se deitado na Avenida Paulista para que fosse possível acontecer a primeira Parada do Orgulho Gay, como era chamado o movimento. Também foi lembrado o professor Jorge Beloqui, morto em março, pioneiro na luta por acesso a medicamentos para HIV-Aids e comorbidades no Brasil.

A primeira edição da Parada aconteceu em 1997, com cerca de 2 mil participantes. Em 2011, reuniu seu maior público, 4 milhões de pessoas, entrando para o Guinness Book, livro dos recordes, como o maior público do mundo no gênero.

Segundo o Observatório do Turismo e Eventos de São Paulo, 46% do público presente na Parada de domingo (11) era constituído por mulheres; 60% era de jovens com 18 a 29 anos; 40% das pessoas estiveram no evento pela primeira vez; 96% querem voltar no ano que vem. A Associação da Parada do Orgulho LGBT não estimou o público presente.

Coletivo de bancários do Rio – “Ainda é possível verificar a desproporcionalidade de mulheres e pessoas pretas em cargos de alta gestão nos bancos, mas no caso da população LGBTQIA+ a percepção é de que as dificuldades se manifestam muito antes, desde a admissão. Precisamos construir mais conhecimento a esse respeito, para que a nossa atuação na defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+ seja mais efetiva”, avaliou o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Rogério Campanate, que faz parte do Coletivo LGBTQIA+ do Seeb-Rio.

Evento no BNDES – No próximo dia 28 de junho será comemorado o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Haverá evento no Teatro do BNDES, no dia seguinte (29), às 15h, para celebrar a data, com a participação da Comissão Específica de LGLBTQIA+ da AFBNDES.

► Veja também…

Programa “Como é que é?” (Folha de S. Paulo): Por que em junho se comemora o orgulho LGBTQIA+? Quais os marcos históricos dessa luta? Quais os maiores desafios da comunidade hoje em dia? O quanto a sociedade progrediu em relação aos direitos e à aceitação LGBTQIA+?

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