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Ninguém apoia o BNDES

VÍNCULO 1339 – Temos repetido aqui no VÍNCULO que não haverá defesa vigorosa do BNDES na sociedade se não houver em primeiro lugar uma clara posição dos empregados do BNDES a respeito. Não pode haver dúvidas de que temos orgulho de fazer parte dessa instituição e que temos convicção de que ela é fundamental para o desenvolvimento do país.

É igualmente vital a capacidade de os empregados continuarem pensando em novos produtos, soluções e se dedicando ao trabalho. A questão é que, ainda que nosso principal ativo seja o reconhecimento na sociedade da qualidade da burocracia do Banco, agora temos que mostrar que essa burocracia tem voz e permanece comprometida com o país.

Embora a ação dos empregados, laboral ou política, seja condição necessária, não é suficiente para a defesa do BNDES.

Quais são, então, os prognósticos de conquistarmos o apoio da sociedade? Será que é verdade, como alguns dizem, que ninguém apoia o BNDES?

Há aqueles que foram do otimismo mais “poliana”, que consistia em assumir que a TLP não seria aprovada porque os capitalistas industriais paulistas não deixariam, para o mais completo derrotismo: o Banco está condenado.

Nem otimistas, nem pessimistas, quando encaramos uma situação complexa precisamos ser realistas. Otimismos e pessimismos levam normalmente à apatia: “nada precisa ser feito” ou “nada pode ser feito”.

Não se pode dizer que dias melhores estão batendo à nossa porta, ou mesmo que virão num curto prazo. Mas alguns argumentos e fatos nos fazem acreditar que ainda há muita história importante para ser contada sobre a relação entre o BNDES e o país.

– O extremismo liberal que domina a pasta econômica não é uma ilha, mas parte do deserto de ideias do atual governo.

– As consequências econômicas derivadas dessa condução ultraliberal são politicamente insustentáveis.

– Se não parece provável nos próximos quatro anos a recuperação em direção a uma trajetória de desenvolvimento robusta, uma provável readequação para uma linha mais pragmática de condução da política econômica, incluindo o BNDES, se tornará mandatória.

– Nossas conversas fora do BNDES indicam que há muito apoio ao Banco entre agentes econômicos qualificados: na imprensa especializada, na academia, e é preciso sempre lembrar que durante às recentes eleições o BNDES teve defensores com importante respaldo eleitoral.

– A contestação da exorbitância dos órgãos de controle virá. Recente relatório do “Observatório do TCU” conclui:

“A realidade é que opções político-estratégicas não estão sujeitas a controle pelo TCU. O fato de poderem gerar repercussões econômico-financeiras à União é insuficiente para atrair a jurisdição do Tribunal. Tentativas de controle desse tipo de decisão podem conduzir à indevida transferência da discricionariedade do administrador para o controlador”.

– É claro que no Brasil temos de um lado uma influente e dominante “coalizão rentista”, formada pelos setores financeiros, com amplo suporte numa classe média tradicional. O BNDES precisa se reencontrar ou, talvez, ajudar a organizar uma “coalizão produtivista”, que abarque os setores ligados ao investimento produtivo e os trabalhadores que dependem de emprego em setores organizados. Apenas dessa coalizão podem emergir visões, planos, em suma, ideias que possam nos reconduzir ao caminho do desenvolvimento. Parte significativa das classes médias tradicionais é passível de ser ganha para essa “coalizão produtivista”. Para isso precisamos de projeto, de ideias para o país.

– Finalmente, quem diz que “ninguém” apoia o Banco pode estar sendo vítima da bolha que frequenta. A bolha da “coalizão rentista”. Conselho: ou muda de roda, ou se assume.

Associação dos
Funcionários do BNDES

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