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Manchas pretas na “caixa” de Montezano

VÍNCULO 1402 – “Compromisso com a transparência” já era um conceito batido quando Montezano e cia desembarcaram na Avenida Chile 100; entretanto, isso não impediu que os recém-chegados tomassem o conceito como se tivessem acabado de inventá-lo.  

Para os empregados do BNDES nada podia soar mais estranho. No período pós-PT a preocupação com a transparência tinha virado um mantra. Cada presidente se comprometendo mais que o anterior com a transparência do Banco.  

Depois de um ano de gestão, podemos indagar: o discurso da transparência virou uma prática? Nesse sentido é importante registrar alguns fenômenos estranhos, anômalos na história do BNDES, que surgiram na atual administração, apesar de seu discurso:

1. A saída de André Laloni e a venda da carteira de ações da BNDESPar. Até hoje não foi apresentada qualquer explicação na Casa ou para a imprensa sobre o afastamento do diretor, que foi antecedido pela destituição de uma superintendente. Volta a sanha para vender a carteira da BNDESPar e ainda não sabemos o que ocorreu nos casos referidos, nem foi feita a apresentação prometida internamente sobre o processo de venda das ações. É muito pequeno o número de empregados que, assim como o presidente, compra a tese original de Laloni de que a carteira da BNDESPar coloca o Banco em risco.  

2. O que faz um ex-PM na assessoria do presidente do BNDES, como informou a imprensa? Tem gente que acha essa pergunta preconceituosa. Obviamente, não é. A razão do espanto, por um lado, seria a mesma se o assessor fosse bombeiro hidráulico, atriz da Globo, jogador de futebol, filósofo etc. Não é óbvio o que assessores com essas expertises teriam a dar para o bom funcionamento da presidência do BNDES. Por outro lado, dentro de um governo em que o presidente da República pilota um sistema de informações paralelo, em que o Ministério da Justiça colhe informações sobre servidores que se definem como antifascistas, é claro que tal nomeação, não explicada, causa desconforto.  

O fato de que o ex-PM foi inicialmente nomeado assessor da presidência da República e depois afastado por conta de uma falsa notícia, torna tudo ainda mais esquisito. A imprensa levantou a dúvida. O Banco respondeu com silêncio.  

3. Também foi divulgado que o BNDES fez propaganda em sites ligados ao “gabinete do ódio”. O presidente do BNDES diz que é apolítico. Perguntamos: um presidente apolítico acredita que existe o “gabinete do ódio”, pilotado por seus amigos de infância e juventude, os filhos do presidente da República? Deveria concordar em fazer propaganda institucional nesses sites? Isso é bom para a imagem do BNDES? Seria a atual diretoria apolítica capaz de contratar, por exemplo, o “Terça Livre”, do jornalista fake Alan dos Santos, para a assessoria de comunicação?  

4. Controverso ex-membro do Conselho de Administração do Banco do Brasil, Marcelo Serfaty foi impedido de participar de discussões sobre fundos de ações do BB por conta de suas relações com o fundo de investimento G5 Partners. Tal fato, como vimos, não impediu sua “promoção” a presidente do Conselho de Administração do BNDES – quando uma das prioridades do CA seria a venda da carteira da BNDESPar (uma das “5 metas de Montezano”). Amigo do ministro Paulo Guedes e ex-sócio do Banco Pactual (os dois saíram juntos da sociedade), Serfaty tem se mostrado o mais ativo presidente da história do Conselho. A AFBNDES pediu informações sobre Marcelo Serfaty, mas elas nunca foram entregues. Agora quem pede é o Ministério Público Federal

Além de Paulo Guedes e Serfaty, o presidente do BNDES também é oriundo do Pactual. Talvez seja verdade que partidos políticos perderam influência na indicação de membros do governo (mas é claro que a aproximação acelerada do presidente e do núcleo militar do governo com o Centrão mostra que isso está mudando rapidamente). O caso do BNDES, por outro lado, parece mostrar que o “partido dos bancos” ganhou influência inédita. Além de uma linha de comando sobre o BNDES toda egressa do Pactual, vemos evidência disso também na cobertura da revista Veja, que teve parte de suas dívidas comprada pelo mesmo Pactual. A Veja faz hoje propaganda aberta das ações da atual diretoria do BNDES, ao mesmo tempo em que denuncia supostas mordomias dos empregados do Banco às vésperas da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho. Mas coincidências acontecem, não é? 

Transparência, já!

Associação dos
Funcionários do BNDES

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