EXTRA – 19/09/2023 – Na tarde de ontem (18), o presidente da AFBNDES, Arthur Koblitz, realizou plenária com os empregados das Áreas de Mercado de Capitais 1 e 2 sobre a Participação nos Lucros ou Resultados. Posteriormente, conversou com o diretor Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho sobre a Comissão que foi criada para aprofundar as investigações sobre o processo da PLR de 2022.
Na plenária, os colegas das respectivas Áreas relataram a ansiedade com que têm acompanhado o adiamento, nas últimas três RODs, do tratamento do relatório da referida Comissão. Nenhuma justificativa foi dada pela Administração para o adiamento e não temos ainda uma posição sobre as conclusões do relatório. Compreensivelmente, esses adiamentos sucessivos e a existência de um relatório concluído, mas não divulgado, só fazem aumentar a ansiedade e frustração entre os colegas.
Felizmente, na reunião com o diretor Navarro obtivemos a confirmação de que a Diretoria do BNDES vai tratar, na próxima ROD (quinta-feira), do relatório da Comissão e que o próximo passo será o encaminhamento do relatório para o COAUD, Comitê de Auditoria subordinado ao Conselho de Administração (CA), que depois de examiná-lo deverá submetê-lo ao Conselho de Administração, concluindo, assim, o processo de tramitação interna da matéria. Finalmente, caso venha a ser aprovado pelo CA o pagamento da PLR, que ficou controversa, a decisão seria examinada pela SEST (Secretaria de Coordenação das Estatais).
Segundo o presidente da AFBNDES, “é preciso reconhecer, em primeiro lugar, a abertura efetiva da Diretoria do BNDES não apenas para dialogar com os empregados, como também para absorver sugestões. A Diretoria acertou em aceitar a proposta da AFBNDES de criar a Comissão para aprofundar as investigações sobre a PLR de 2022. Foi exemplar também a abertura que deu para indicações para a composição da Comissão e na determinação e cumprimento do prazo para a sua conclusão. Por isso seria lamentável que o adiamento de uma tomada de posição sobre a matéria após a conclusão do relatório ofuscasse o caráter democrático, compromissado e transparente com que a Diretoria se portou em relação ao assunto”.
A matéria, segundo Koblitz, é do CA, “mas acreditamos que é fundamental que a Diretoria do BNDES se posicione sobre o tema à luz das informações colhidas pela Comissão”. Não está em discussão, de acordo com o presidente da AFBNDES, a importância da auditoria interna e do respeito ao seu caráter independente, muito menos do empenho dos colegas da auditoria em fazer o melhor trabalho possível. “Ao mesmo tempo, nunca vimos qualquer razão para duvidar da boa-fé que orientou o empenho dos colegas da AMC em alcançarem uma meta bastante desafiadora (seja qual for a opinião que se possa ter sobre o mérito da mesma, discussão completamente diversa e alheia ao controle dos empregados do BNDES). Quando ficamos a par da controvérsia, sempre nos pareceu que o único caminho para uma solução era o aprofundamento da investigação sobre o tema, por exemplo, por meio de um processo amplo de entrevistas com os envolvidos na matéria. Por isso a nossa sugestão de que fosse criada a referida Comissão”.
“Uma organização é feita de seres humanos e não de ‘instrumentos ou máquinas’. A inconsistência numa informação que passou desapercebida pelos principais atores envolvidos no processo não pode prevalecer, ou mesmo impedir que o esforço de boa-fé dos empregados seja recompensado como está previsto no mecanismo da PLR”, diz Koblitz. E continua: “o que está em jogo, como dissemos na carta encaminhada à direção do Banco, não é apenas a PLR de 2022, mas a credibilidade de todo o processo do Programa de Participação nos Lucros ou Resultados. Isso é grave! O mecanismo hoje orienta boa parte do trabalho da Alta Administração. Horas de reuniões do CA e da Diretoria são dedicadas a estipular metas e acompanhar seu atingimento. Se há a expectativa de que as metas estipuladas e apresentadas a todos os empregados podem ter seu significado revisto ao final do processo, depois da mobilização e do esforço do corpo funcional, isto quebra o elo de confiança que viabiliza que o instrumento opere como um motivador. Transforma a justa recompensa pelo esforço feito em sensação de injustiça e falta de respeito da organização com seus empregados”.
O BNDES está diante de novos desafios e felizmente a AMC sobreviveu aos anos sombrios da última administração para ainda ser um instrumento fundamental à disposição do BNDES. A AFBNDES tem orgulho de ter lutado incansavelmente em defesa da BNDESPar. Apoiamos os colegas injustiçados no caso da JBS quando proceder dessa forma estava muito longe de ser popular. Denunciamos as vendas das ações da BNDESPar que visavam inequivocamente desmantelar por completo sua capacidade de ação. Esses posicionamentos sempre foram baseados em convicção formada com base no estudo das situações e com nossas posições apresentadas publicamente.
Foi com a mesma orientação que acreditamos estar atuando nessa controvérsia sobre a PLR 2022. Tendo em vista a delicadeza do tema e os nossos próprios limites em termos de informação, procuramos sempre manter os empregados a par do andamento do processo.
Esperamos que a Diretoria do BNDES tenha a sabedoria de dar ampla divulgação ao relatório da Comissão e se posicione perante o Conselho de Administração!
Acreditamos no compromisso da atual Diretoria com os desafios que o BNDES tem pela frente. Para o empregado do Banco, esse compromisso se materializa de diversas formas. Uma delas, uma das principais, é a confiança que a Administração deposita no corpo funcional.
Precisamos de unidade em defesa do BNDES!