VÍNCULO 1584 – O BNDES fará, no dia 5 de abril, o pagamento da parcela linear de 0,1 remuneração básica relativa à Participação nos Lucros ou Resultados de 2022. A autorização do pagamento foi feita em 1º de março, pelo Conselho de Administração do Banco, em conformidade com o resultado da Assembleia Geral Extraordinária convocada pelos Sindicatos dos Bancários do Rio, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco, que aprovou, em 10.01.2024, por 95.7% dos empregados que participaram da referida votação, a defesa da distribuição linear da parcela salarial e o rechaço à utilização do método da “curva forçada” adotado no Programa de Premiação por Desempenho Individual (PPDI), criado em 2022.
Durante a live realizada antes da votação da AGE, o presidente da AFBNDES, Arthur Koblitz, explicou que a votação tinha como objetivo subsidiar a representação dos empregados na mesa de negociação com a Administração do BNDES, “de modo que fique ajustado que o 0,1 salário que o Banco destinou a um programa de premiação seja distribuído de forma coletiva entre os funcionários, sem a utilização do método da ‘curva forçada’”. Na ocasião, o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius Assumpção, ressaltou a importância da chancela dos empregados a esse posicionamento, principalmente porque o referido 0,1 salário havia sido “abocanhado” da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de 2022, e agora era preciso retomá-lo, além de reiterar o repúdio dos empregados ao método da “curva forçada”.
Este pagamento significa mais uma grande vitória dos empregados do BNDES, liderados pelas entidades sindicais, pela AFBNDES e pelas demais Associações de Funcionários, contra o sistema de pontos e o nocivo uso da “curva forçada” como método de gestão dos recursos humanos na instituição.
Histórico
Além de não computar as metas atingidas pela Área de Mercados de Capitais (AMC), a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) de 2022 trouxe o problema da redução de 0,1 salário no seu pagamento. Ou seja: a PLR de 2022 deixou de ter o teto de 3 salários para ficar com o teto de 2,9.
A gestão Montezano usou esse 0,1 salário para criar um programa de premiação, baseado no lucro do Banco, mas fora da Participação nos Lucros ou Resultados de 2022. Ou seja: sem demandar a aprovação dos empregados para a sua efetividade. Esta manobra desobrigava os empregados a subscrever o uso da “curva forçada” no cálculo da PLR, que provocava, desde o ano anterior, grande insatisfação na instituição.
O tal programa de premiação foi interrompido pela atual Administração do Banco antes do pagamento ser efetuado e antes dos possíveis beneficiários serem apontados. O resultado foi que o 0,1 salário acabou não sendo distribuído para os empregados do BNDES.
“Esse 0,1 salário pertence aos empregados; e não queremos mais a curva forçada no Banco!”, exclamava a AFBNDES em comunicado que convocou a Assembleia Geral do dia 10.01.2024.
Fim da “curva forçada”
Importante destacar que a atual Administração do BNDES, ao assumir seu mandato no início de 2023, anunciou que a política de avaliação de “curva forçada” seria revogada.
Em seu discurso de posse, disse o presidente Aloizio Mercadante:
“Quero aproveitar e comunicar ao Arthur Koblitz, presidente da combativa Associação de Funcionários do BNDES, e demais associações, que nós teremos uma mesa de diálogo permanente e que a retrógrada política de avaliação de curva forçada por pontos dos empregados está revogada. Essa era uma visão punitivista e superada. Não é o caminho que nós vamos seguir. Nós vamos motivar os servidores a trabalhar muito mais e entregar para a sociedade o que o Brasil espera do BNDES”.
► Para lembrar…
Editorial do VÍNCULO de 12/02/2021: O que a administração precisa entender sobre a reação dos empregados ao novo sistema de pontos