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E o vírus pegou!

Mauro BottinoAnalista de Sistemas no BNDES (ATI/DESIS2)

Vínculo 1387 – Ao mesmo tempo em que a Viradouro celebrava seu campeonato no desfile da Sapucaí deste ano, em plena Quarta-Feira de Cinzas, acontecia o primeiro diagnóstico positivo, no Brasil, do Sars-Cov-2, popularmente tratado por novo coronavírus ou simplesmente corona, causador da Covid-19. Em ritmo de samba, desfilou celeremente pelas principais avenidas do país, trazendo mudanças, atravessando a harmonia e impondo um novo enredo que nos obriga ao distanciamento social para impedir sua evolução.

O nosso cenário mudou. As ruas do Centro do Rio, sempre efervescentes nos dias úteis, se tornaram rapidamente menos populosas. A ordem é evitar o contato próximo para impedir a veloz expansão do número de casos, que cresce, a cada dia, de forma exponencial. Supondo que não existam barreiras para evitar o contágio, o tempo para dobrar o número de casos se mantém constante. Assim, o tempo para, desde o primeiro caso, dobrarmos o seu número sucessivamente dez vezes, será, aproximadamente, o mesmo tempo para, após isso, dobrarmos mais dez vezes – completando vinte vezes.

Quem entende um pouco de computadores, ou gosta de matemática, já notou que estamos falando em potências de 2.  Dobrar dez vezes são 2^10, ou aproximadamente mil casos (1.024 para ser exato), enquanto dobrar vinte vezes corresponde a 2^20, que é aproximadamente um milhão de casos! De outra forma, o tempo para evoluir de um a mil será aproximadamente o mesmo tempo para evoluir de mil a um milhão. E cada nova dobra faz com que os números avancem pelos milhões! Com uma letalidade estimada entre 2% a 4%, é de assustar.

Para a redução da velocidade dessa progressão geométrica é que os governantes, apesar de divergências, estão criando barreiras, orientando e impondo o distanciamento social, com suas consequências positivas e negativas. O fato é que o isolamento parece estar conseguindo reduzir a velocidade da progressão da doença, nos dando um pouco mais de tempo para responder a essa crise, enquanto de outro lado afeta severamente a vida de todos.

E como afeta a nossa vida, empregados do Sistema BNDES? Estamos em home office, isolados cada um em sua casa, conectados via internet, WhatsApp, ferramentas de videoconferência, mas ainda assim isolados, precisando lidar com tarefas que talvez sejam totalmente fora de nossa rotina, e mesmo… habilidade, por que não?

Quantos de nós estamos tendo que preparar nossas próprias refeições? Lembrou-se de botar uma folha de louro no feijão? Talvez pudéssemos ter uma tag [ReceitasGendes] em nosso fórum mais conhecido. Não, não… arroz se tempera só com água e cebola, nada de óleo ou azeite! E o que é aquele objeto comprido com pelos na ponta? Ah, segundo o Google é uma vassoura. Como é que usa mesmo? Sim… certo… entendi… olha! A casa fica limpinha!!! Lavar roupas, passar… não surtar, esperar o contato da FAPES, e essa dor aqui agora, será que é Covid, ligo pra eles? Aliás, ligar também para pai, mãe, tios, irmãos… eita, aquele primo com quem eu não falo faz tempo, preciso saber dele! E quem é que cuida dessas crianças correndo pela casa? Ou dizer pra sua mãe que você está ali ao lado, mas está no trabalho e não é pra ela te chamar a cada hora pra falar de diversos assuntos? O que eu faço com o cachorro pedindo para ir à rua? Mas… a internet caiu de novo? Mas que… Não, não é fácil, mas somos privilegiados! Temos trabalho, salário, temos a FAPES e sua valorosa equipe de médicos, enfermeiros, psicólogos e todos os trabalhadores da área de saúde tentando cuidar de nós, e graças ao trabalho da equipe de infraestrutura da ATI podemos ficar em casa sem nos expor ao vírus. Em que pesem as dificuldades aqui expostas, é necessário trabalhar com sentido de urgência, pois há um sem número de necessidades para as quais o BNDES é chamado a intervir. Abre parêntese. Será que estamos fazendo o melhor e na maior extensão? O Brasil precisa do BNDES! Fecha parêntese.

A grande pergunta agora é: até quando? Quando voltar à normalidade? Haverá uma normalidade após isso? Creio que a maioria das pessoas já entendeu que qualquer que seja a normalidade pós-corona, ela será diferente da que conhecíamos. Se algo de positivo pode ser deslumbrado, é que um pequeno vírus nos faz lembrar nossa condição de humanos, a necessidade que temos do convívio, de sermos solidários com o próximo, generosos com os menos favorecidos, que estão sem seu sustento, de reservar um tempo para falar com amigos e parentes, de reconhecer aqueles trabalhadores mais humildes que continuam indo às ruas e se expondo para fazerem entregas diversas, dos porteiros e faxineiros que continuam cuidando de nossos condomínios, de tantos outros. Em uma sociedade que nas últimas décadas se isolava voluntariamente, paradoxalmente, talvez o isolamento forçado tenha por efeito, ao seu final, nos levar a uma revisão de valores que gere uma reaproximação entre as pessoas. Talvez.

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