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Carta aos Benedenses

Denise de Jesus Mendes Lacerda – Funcionária do BNDES

Vínculo 1459 – Meu nome é Denise de Jesus Mendes Lacerda. Eu gosto de escrever e, modéstia à parte, costumo ser muito boa em colocar os meus sentimentos em palavras. É um dom, e, às vezes, uma arma de defesa pessoal da qual eu não vou abrir mão. Eu não posso abrir mão, nesse momento tão crítico em que estamos vivendo. Simplesmente porque nunca iria me perdoar se deixasse de falar o que eu preciso falar hoje.

Uma vez já escrevi para o presidente Montezano. A “carta de uma benedense” correu o banco. Além disso, encaminhei por e-mail. Tive 0 resposta. Então, não é para ele que vou escrever, é principalmente para os meus colegas benedenses.

Sei que muitos de vocês estão se sentindo com medo e acuados. Entendo que não queiram se expor assim como eu. Mas, por favor, não façam o que eles querem, desde o início. Precisamos proteger e votar junto com a AFBNDES. Muitas pessoas podem ter questões políticas com o posicionamento da Associação. Eu também tenho. Mas a cada confronto que vencemos, imagino como seria se não tivéssemos essa linha de defesa, que é a última que temos no momento. Aprendi a respeitar demais os colegas que estão na linha de frente, lutando por nós.

Já aturamos muitas atitudes esdrúxulas e falta de respeito, principalmente para com os técnicos. Mas agora um limite foi ultrapassado e, mesmo que eu esteja aqui sozinha, não vou sair da frente de pessoas que estão ameaçando a segurança e a vida dos nossos filhos e famílias. Simplesmente porque passar por essa doença horrorosa me fez virar mais ainda a chave de empatia que eu tenho com os outros. Não, se você não passou por isso, você não sabe o que é chegar num hospital com o oxímetro, na triagem, medindo 85. Sem saber o que vai acontecer no dia seguinte e ainda ter que passar por isso sozinha porque seu companheiro/companheira tem que ficar em casa, só podendo rezar e olhar seus filhos pequenos. 

Quem não passou por isso não sabe o que é piorar e ter que trocar medicamentos torcendo para ter uma chance de ficar viva. Não sabe o que é nem conseguir escovar seus dentes por dois dias porque seu pulmão não puxa ar quase nenhum.

Minha família pode até correr menos risco agora, mas tenho muitos colegas que aprendi a amar nesses 12 anos, e mesmo que eles não consigam visualizar o risco que eles, seus filhos e familiares estão correndo, eu sei o que é isso e não vou me calar.

Agora o recado é para a Administração. Vocês não vão conseguir efetivar essa “mudança cultural” baseada em ameaças e medo. Vocês não vão me curvar e nem vão destruir a voz que demoramos décadas para construir e empoderar. Nem com esse outro absurdo que é uma curva forçada de 30% abaixo do esperado, que nunca vi em lugar nenhum onde trabalhei em 12 anos de mercado privado.

Sabe por quê? Eu sei quem eu sou e todo o caminho que percorri no Banco pra chegar até aqui. E todos que me conhecem também sabem. Minhas amigas sabem do quanto eu me emocionava nos primeiros dias de Banco por finalmente poder trabalhar com um propósito, que hoje vocês querem trazer como novidade e que cada um de nós já tem há muito tempo. Como era bom quando nos sentíamos verdadeiramente reconhecidos pelo nosso trabalho. Isso nos fortaleceu e eu digo para vocês: não vamos nos deixar acuar por uma Administração do século passado, que não ouve seus empregados e não reconhece o poder da nossa cultura organizacional e, pior ainda, quer destruir isso a qualquer custo.

Não somos mimados, somos inteligentes (não vamos ser enganados), somos responsáveis, comprometidos, temos empatia com os outros.

Não! Vocês não vão nos calar com mais ameaças. Querem CLT? Podemos trabalhar de 10 às 18h a partir de agora. Sair de todos os grupos de zap que nos inundam com mensagens fora do horário e deixar os laptops guardados nas estações. Confiança se paga com confiança. E isso acho que vocês nunca mais conseguirão reconquistar.

É isso que eu tinha pra falar. Mesmo que isso me custe nunca mais receber uma função ou promoção nessa vida.

Só mais um recado pra vocês, Administração: não é a primeira vez. Nós nunca estivemos tão unidos quanto hoje. Nisso vocês tiveram sucesso. Vocês vão passar e nós vamos continuar trabalhando para essa instituição tão importante com a mesma dedicação e empenho que tivemos até aqui!

“Nossa, mas ela é só uma reles técnica, que afronta se posicionar assim!” Mas preciso dizer: eu não sou uma simples técnica. Eu sou uma benedense, e isso vocês não vão tirar de mim. Eu respeito quem me respeita e vou falar o que penso e lutar pelos meus colegas e famílias até o fim. E convoco a todos para apoiar a associação nesse momento tão, infelizmente, crítico. Não se intimidem! “VAMO QUE VAMO!”, como eu costumava escrever já no Correio Web, pra quem lembra disso! Nada justifica o tratamento que temos recebido. E nenhuma função ou promoção vai trazer de volta alguém de sua família. Pensem nisso antes de votar.

Pronto, agora eu posso deitar minha cabeça no travesseiro e dormir. Repassem, se concordarem. Eu fiz a minha parte.

Associação dos
Funcionários do BNDES

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