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A AFBNDES e a eleição para o CA

VÍNCULO 1382 – A AFBNDES obteve no final de fevereiro a confirmação da liminar na Justiça Federal contra a tentativa da gestão Montezano de impedir que os empregados do Banco com “mandato em entidade de representação” concorressem à eleição para o Conselho de Administração (CA) do BNDES como representante dos empregados.

Caso a exclusão de Montezano não fosse contestada, estariam impedidos de participar da eleição cerca de 40 funcionários (empregados ativos que possuem mandatos como diretores e conselheiros da AFBNDES). As pessoas envolvidas com a Associação são aquelas que resolveram abdicar de seu tempo e, às vezes, temporariamente, de suas carreiras, para se dedicar à defesa do interesse coletivo dos empregados. Podem ou não ter um reconhecimento disso por parte do corpo funcional, mas qual é o sentido de impedi-los de se candidatar ao Conselho de Administração?

Nas principais empresas públicas, a tradição tem sido a de que esses participantes são ligados aos movimentos associativos ou, mesmo, sindicais. Essa tem sido também a experiência do BNDES, tendo o atual conselheiro participado de três diretorias da AFBNDES durante o exercício dos seus dois mandatos no CA.

Na verdade, a contagem acima subestima o número de empregados vedados pela originalidade normativa da atual gestão. Qualquer empregado do BNDES que tivesse mandato em associação de moradores, torcida organizada, grupo de fãs de filmes etc. estaria potencialmente inelegível.

Nonsense completo.

Consideramos essa uma vitória importante da AFBNDES contra uma gestão do BNDES que mostra disposição de confronto inédita. Não vão nos intimidar enquanto a democracia estiver de pé no Brasil.

Comentário sobre a entrevista de Montezano no último domingo

Após o fiasco da coletiva de imprensa marcada para resolver a crise, autogerada, relacionada à consultoria estrangeira sobre operações da JBS, o presidente do Banco voltou à mídia e deu uma entrevista à Folha de São Paulo no último domingo. Há os que acham que se tratou de uma “intervenção positiva”. Talvez tenha ocorrido uma sensação de alívio. A essa altura, já se lê essas entrevistas com certa apreensão e quando não sai nada de muito errado, o sentimento é positivo.

Uma análise mais detalhada da entrevista, uma leitura mais atenta, contudo, mostra que, se há mais cuidado, em pontos fundamentais não há qualquer avanço substantivo nas posições defendidas por Montezano. Vejamos.

Perguntado se sua função é defender o BNDES (pergunta que não precisava ser feita, claro que é função do presidente defender a instituição que preside), a resposta é incrivelmente ambígua. Montezano prefere apenas afirmar que “Minha função é trabalhar pela credibilidade”. Vamos concordar com ele. Se essa é sua função, estimem a contribuição que poderia dar se ele dissesse, de forma simples e direta, o que ele sabe: que não há nenhuma “caixa-preta” no BNDES. Isso é o que já foi dito, com mais ou menos hesitação, com mais ou menos medo da opinião pública, por todos os últimos presidentes do Banco pós-PT.

E olha que esses ex-presidentes não tinham ao seu dispor todas as informações que Montezano dispõe (apurações internas, decisão na Justiça sobre o caso da Bullish e, por último, a auditoria americana).

Imaginem se o presidente que foi nomeado para abrir a “caixa-preta” comunicasse isso à opinião pública? Qual seria o efeito sobre a credibilidade do Banco? Seria equivalente ao fim definitivo das especulações. Teria potencialmente um efeito enorme sobre a vida e as carreiras de vários colegas que continuam sendo vítimas de acusações espúrias.

Qual é a opção de Montezano? Dizer que ele sinceramente não entende as operações, mesmo com a ajuda dos técnicos do Banco; que elas são muito complicadas, complexas, que a função dele não é ser juiz, etc. etc. etc. Afirma ele que “nossa função não é dizer se teve ilegalidade”. E qual é a função das comissões de apuração interna? Qual a função da auditoria externa? Não satisfeito, minimiza o significado da auditoria (“A auditoria é um dos pontos, de um dos casos da JBS, e um ponto complexo”).

Finalmente, conclui por onde começou: “A grande conclusão é que temos o desafio da explicação”. Explicar a “caixa-preta”??!! É inacreditável.

Mas o tema da “caixa-preta” não é o único ponto da entrevista que preocupa. Montezano continua propagando sua tese para defender a liquidação planejada, mas não assumida, da BNDESPar. Tese, sem fundamentação técnica, de que a carteira gera perdas para o Banco.

Vamos começar a calcular quantos dias se passaram desde que foi prometido no Teatro Arino Ramos Ferreira uma apresentação sobre a BNDESPar. Essa tese, é bom que se repita, não se sustenta em qualquer reunião com os técnicos do BNDES.

Recado aos empregados da AMC

No último editorial, defendemos que se “faça a coisa certa”. A AFBNDES não defende apenas empregados do Banco, ela fomenta posturas e atitudes. Acreditamos na capacidade técnica dos benedenses. Nos orgulhamos de representar esse corpo funcional, nos regozijamos com os sinais de reconhecimento que recebemos dos nossos colegas quando cumprimos nosso papel.

Nunca tivemos dúvida de que em cada Área do Banco a maioria dos empregados é de alto nível, mas não apenas no sentido técnico mencionado acima, mas também no sentido moral, no sentido de coragem moral – mostrando disposição de usar seu conhecimento para defender o que é republicano e o que preserva o BNDES e sua missão.

Isso sempre foi assim. E nunca foi tão necessário que assim seja uma vez que estamos diante de uma gestão abertamente hostil à instituição.

Nosso trabalho à frente da AFBNDES só pode ser considerado bem-sucedido se ele contribui de algum modo para fortalecer os guerreiros do dia a dia que garantem, na realização do seu trabalho, a lisura dos procedimentos e a defesa da preservação e missão do Banco.

Associação dos
Funcionários do BNDES

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