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No Dia da Amazônia, organizações alertam sobre preservação do bioma

BNDES lança edital que destinará recursos não reembolsáveis para projetos de restauração de áreas degradadas e fortalecimento de cadeias produtivas da bacia do Rio Xingu

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

VÍNCULO 1559 – Na terça-feira (5), Dia da Amazônia, organizações da sociedade civil lembraram a urgência de preservação do bioma, principal floresta tropical do mundo, que sofre com diversas ações negativas praticadas pelo ser humano, como o desmatamento, o garimpo ilegal e a grilagem de terras.

Dados do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), mostram que 224 espécies da fauna na Amazônia estão sofrendo algum tipo de ameaça e pelo menos uma já foi considerada extinta. São 139 espécies categorizadas como “vulnerável”; 48, “em perigo”; e 38, “criticamente em perigo”.

Entre os animais em risco estão o peixe-boi-da-amazônia, tamanduá-bandeira, a onça-pintada, ararajuba e a anta, classificados como “vulneráveis”. Já espécies de peixe, como Acari, estão “criticamente em perigo”.

Para o coordenador-geral das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab), Toya Manchineri, o Dia da Amazônia é de luta e reflexão. Coordenando mais de 70 organizações indígenas, Toya afirmou à Agência Brasil que, neste ano, ainda não há muito a comemorar por causa do avanço do desmatamento, do garimpo ilegal e das ameaças aos povos indígenas e tradicionais no governo Jair Bolsonaro.

“É um dia especial de luta e que não tem nada para comemorar, principalmente se pegarmos os dados produzidos pela agência de pesquisa, que são do governo passado. Aí há uma destruição em massa da floresta, do bioma e uma onda crescente de assassinatos e perseguição aos povos indígenas, quilombolas e extrativistas”, disse a liderança indígena.

“O dia 5 é para fazermos uma reflexão sobre como podemos parar com esses assassinatos e a perseguição aos povos que vivem na floresta. Então, é um momento de reflexão e não de comemoração”, ressaltou.

A assessora de política e direito socioambiental do Instituto Socioambiental (ISA), Adriana Ramos, tem avaliação semelhante. Ela destaca que, apesar dos dados recentes apontarem queda expressiva do desmatamento nos sete primeiros meses do ano, ainda há muito a ser feito. Dados do governo federal mostram uma redução no desmatamento de 42% do bioma amazônico nesse período. Em julho, a queda foi de 66%, em agosto a expectativa é que tenha permanecido em patamar similar.

“Digamos que não temos tanto o que comemorar porque há uma série de desafios que precisamos enfrentar e que continuam muito distantes. A Amazônia tem grande parcela do Brasil e o país precisa dar a ela a relevância que tem”, disse a ambientalista à agência de notícias.

Desenvolvimento sustentável

No Dia da Amazônia, o BNDES lançou um edital que destinará até R$ 26,7 milhões em recursos não reembolsáveis para projetos de restauração de áreas degradadas e fortalecimento de cadeias produtivas da bacia do Rio Xingu. O documento foi assinado pela diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

“Temos sido desafiados pelo presidente Lula e a ministra Marina a ir além do combate ao desmatamento e garantir um novo modelo de desenvolvimento sustentável, que gere emprego e renda para o nosso povo e se contraponha ao modelo predatório que desmata e desorganiza o nosso território. Para isso, uma das maneiras mais eficientes é restaurar a floresta nas áreas degradas e fortalecer as cadeias produtivas associadas ao restauro”, avaliou Campello, antes de assinar o documento.  

O edital faz parte do Programa Floresta Viva, iniciativa por meio da qual o BNDES aporta recursos ao lado de parceiros para ações de restauro florestal. Para o edital Xingu, o Banco destinará R$ 13,35 milhões, e os outros R$ 13,35 milhões serão aportados por Energisa, Norte Energia e Fundo Vale, que contribuirão com R$ 4,45 milhões, cada.

Segundo a agência de notícias do BNDES, os recursos permitirão apoiar até nove projetos, distribuídos em três regiões principais – Baixo Xingu, Médio Xingu e Alto Xingu, que perpassam os estados do Pará e Mato Grosso –, e associados a metas quanto à elaboração e aprovação de diagnóstico e plano de restauração; implementação e monitoramento do plano de restauração e fortalecimento das cadeias produtivas associadas à restauração das áreas selecionadas. 

Segundo a diretora do BNDES, o edital representa o equivalente a mais de 2,1 mil campos de futebol restaurados. “São áreas estratégicas: unidades de conservação, terras indígenas e áreas de agricultura familiar, todas elas identificadas em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, dentro das políticas públicas”, destacou. 

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