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Brumadinho não teve a sorte do Edserj

Israel Blajberg – Aposentado, antigo integrante da CIPA/BNDES

Vínculo 1332 – Depois da porta arrombada, coloca-se a tranca. Agora chegou-se à conclusão de que o restaurante da Vale não deveria estar localizado no caminho da torrente de lama que seria liberada caso a barragem rompesse.

No Edserj havia e há uma CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, na qual pontificaram ilustres benedenses, como Hugo e José Jorge, além de muitos outros que se dedicaram a melhorar a qualidade de vida do corpo funcional, e prevenir acidentes.

Entre outras medidas preconizadas pela CIPA, o restaurante, que ocupava todo o último andar do Edserj, foi desativado, como medida protetora em caso de incêndio. Aliás, diga-se de passagem que nosso edifício é um dos mais seguros do Rio de Janeiro, isto dito pelo próprio Corpo de Bombeiros, dispondo de uma bem treinada Brigada de Incêndio e uma série de equipamentos e sistemas de proteção.

Entretanto, embora presumidamente baixo, não se poderia afastar totalmente o risco de incêndio, que caso ocorresse em horário de almoço, encontraria uma possível presença de grande número de funcionários que poderiam ficar isolados no restaurante, ainda que situado no último andar, de fácil acesso ao heliponto.

Infelizmente, esta combinação perversa de acidente, horário e concentração de pessoas, acabou acontecendo em Brumadinho. Algo similar às comunidades, nesse caso por falta de opção, que acabam se instalando em zonas de perigo, até que um dia cai uma chuva mais forte e a tragédia acontece.

Graças ao Eterno, até hoje nunca aconteceu um incêndio de maior monta no Edserj. Consta ter havido uma impressora que pegou fogo por ter sido deixada ligada, caso rapidamente resolvido pelos sprinklers e a Brigada de Incêndio.

Infelizmente, os funcionários da Vale em Brumadinho foram vitimados porque a empresa, ao contrário do Edserj, aceitou o risco de que um grande número de empregados pudesse estar em um refeitório, em rota de perigo, passível de ser atingido pela possível enxurrada decorrente do rompimento da barragem de rejeitos.

No Edserj de hoje, este risco de natureza similar foi eliminado já há muitos anos, seguido de outra medida importante, a desativação de dois elevadores privativos para instalação de uma outra escada de incêndio. Assim, quando muitos edifícios sequer têm uma escada de incêndio, nós temos duas!

Lamentamos profundamente o acontecido em Brumadinho, sendo que a tragédia nos toca mais de perto haja vista a Vale ser uma das grandes e tradicionais mutuárias do Banco. Tantas vezes equipes de análise e acompanhamento estiveram nas regiões de mineração, inclusive Brumadinho, sem saber o risco que poderiam estar correndo.

A CIPA sempre trabalhou em parceria com o Condomínio do Edserj, mantendo ainda contatos com o Corpo de Bombeiros – CBMERJ, inclusive realizando um grande exercício de escape simulado com a participação de viaturas e pessoal dos bombeiros, um evento que mobiliza todo o corpo funcional. Houve também diversos treinamentos em quartéis dos bombeiros, para o pessoal do Condomínio e da CIPA.

Assim sendo, é com admiração que assistimos às operações de resgate sendo conduzidas em Brumadinho, sob condições adversas, quando recordamos daqueles momentos em que pudemos conhecer de perto os bombeiros, que diariamente multiplicam a máxima do Talmud (Lei Religiosa): “… quem salva uma vida… salva toda Humanidade”.

Associação dos
Funcionários do BNDES

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